É interessante como uma coisa puxa a outra...
Numa conversa pós Copa, onde eu dizia que me preocupava a dimensão que a “rivalidade” entre argentinos e brasileiros estava tomando, pois algo que foi produzido pela mídia estava saindo do âmbito futebolístico para o geral, onde basta ser argentino para que um brasileiro o “odeie” e vice versa, quando na verdade não há motivos para sermos inimigos, pois estes existem somente numa guerra, e que eu saiba, não há guerra nem aqui e nem lá, me fez pensar em outro problema mais sério ainda, onde há inimigos de verdade, coisa que eu não entendo.
Você lembra o que fez eclodir a guerra na faixa de Gaza? Pois é, a coisa é tão enraizada, tão antiga que sequer lembramos o motivo pois estamos tão acostumados aos conflitos ocorridos lá que achamos “normal”. Sou agnóstica porém tenho origem judaica, mas não vejo isso como motivo suficiente para odiar um palestino; aliás, eu não vejo nunca motivo para o ódio porque ele é um sentimento muito forte, mesmo que negativo, e se alguém não “vale nada” (no nosso conceito ou pra nossa vida), acredito que indiferença é o melhor a se ofertar a ele.
Voltando ao “ódio”, lembrei de algo que Mandela disse, e que cai perfeitamente em situação de inimigos, sejam eles de qualquer natureza: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
Por quê algo tão simples e tão fácil não pode ser praticado? Por que tanta intolerância? Todos somos humanos, apenas temos opiniões e hábitos distintos, e que mal há nisso, desde quando o “diferente” é errado? (Eita, seria isto uma intolerância minha, estou sendo contraditória? rs)
Apesar de tudo eu ainda acredito no ser humano, que um dia todas as pessoas conviverão bem, mesmo com as suas desigualdades, e desejando que muitos Mandelas surjam...:
“Sabemos muito bem que nenhum de nós pode ser bem-sucedido agindo sozinho.
Por conseguinte, temos que agir em conjunto, como um povo unido, pela reconciliação nacional, pela construção da nação, pelo nascimento de um novo mundo.
Que haja justiça para todos.
Que haja paz para todos.
Que haja trabalho, pão, água e sal para todos.
Que cada um de nós saiba que o seu corpo, a sua mente e a sua alma foram libertados para se realizarem.”