Dia 8 de Março: Dia Internacional da Mulher
Acho muito difícil escrever um texto para o “Dia Internacional da
Mulher”. Não pela falta de assunto envolvendo o universo feminino, muito
pelo contrário. Mas pela contradição que este dia me faz sentir: a
necessidade de sua existência.
Todos sabemos da luta das mulheres por sua liberdade e igualdade de
direitos. Mas também sabemos que toda essa luta ainda está longe de
terminar. O machismo, a desigualdade e os maus tratos físicos e
psicológicos contra a mulher ainda estão vivos em nossa sociedade. E com
a má educação, ainda formamos mulheres machistas e despreparadas para a
continuidade dessas batalhas.
Se de um lado temos uma boa quantidade de mulheres intensamente bem
resolvidas e engajadas em seu próprio crescimento e evolução, do outro
ainda temos as que nem querem pensar no assunto.
Entre um ponto e outro, há uma infinidade de tipos de comportamentos,
positivos e negativos. E entre um discurso e outro, sou a favor de
todos aqueles que favoreçam a mulher.
Não creio ser obrigatório uma posição feminista. E nem todas têm que
ser a favor ou contra o aborto. Nem todas têm que ir à igreja, como nem
todas tem que concluir um curso de pós-graduação. A diversidade está
presente no universo feminino. E aí também deve haver luta pela
tolerância e respeito. Mulher é mulher, seja com tatuagem, sendo
carregando um terço. Seja de fio-dental, seja de burca. Mulher é um ser
sagrado, que gera outros seres, com a sensibilidade e intuição que só
ela tem.
Felizmente habitamos um mundo onde há lugar para todo tipo de mulher:
a certinha, recatada e dona-de-casa, a cheia de iniciativa que quer
ganhar o mundo, as que querem apenas ser mães e as que evitam a
maternidade a qualquer custo. Casadas ou solteiras, viúvas ou
homossexuais. Não existe um único modelo. E todos os que existem têm o
seu valor.
Entre todos os direitos que buscamos, vale lembrar o respeito e
tolerância entre as próprias mulheres. Cada uma faz o que quer, segue
seu coração e próprio caminho de felicidade. Felicidade não é igual pra
todas. Aquilo que não é felicidade pra uma, deve ser visto com respeito
pela outra. E vice-versa.
Que o dia de hoje possa ser uma lembrança de tudo o que já foi
conquistado e mais ainda, uma motivação para o tanto que nos falta. Por
que o verdadeiro “Dia Internacional da Mulher” deverá ser o dia, em que
simplesmente não precisaremos mais dele. O sinal de que igualdade e
respeito já estarão lá: entre homens e mulheres, entre mulheres e
mulheres.
O dia da mulher para mim já tem sido todos os dias, desde que nasci.
Neste caminho cheio de amor, sensibilidade, insegurança, ilusões,
dores, sonhos e desejos que todas traçamos, só posso desejar que todas
encontremos a felicidade em ser exatamente o que somos. Se não, que
possamos mudar a nós mesmas.
Pois para aquelas que querem mudar o mundo, este será o primeiro
passo. A felicidade em si mesma! O ser responsável pelo seu próprio ser.
O resto vem depois!
Muito mais do que um parabéns pelo “Dia Internacional da Mulher”, é o que venho desejar a cada uma de nós, hoje e todos os dias:
Feliz quem você é!
Feliz mulher!