LOLLA_28

 
Rejestracja: 2013-05-22
Não faça do teu sentimento um wi-fi... A senha disponível pode muito te machucar e coração é lugar de um só morar!
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74 dni temu

Areia demais para o teu caminhãozinho


Imagine ser você uma caçamba e ter que transportar uma quantidade de areia infinita. Seriam necessárias incontáveis viagens. Nunca acabaria essa tarefa. Disto vem aquele dizer: “é areia demais para o meu caminhãozinho.”

Quem nunca se encantou com uma pessoa, calculou as probabilidades de conquistá-la e chegou ao resultado zero?

“Eu não tenho chance.”

Sem jogar, você nunca vencerá. Na desistência precoce, jamais saberá se os cálculos estão corretos. Porém, existem situações em que, de fato, é melhor tirar o time de campo, antes de levar um cartão vermelho coletivo.

Há um terceiro cenário, o mais doloroso.

Você já saiu de sua zona de conforto. A outra pessoa abriu espaço, acenou para uma possível vitória e o jogo começou. Surgiram “sins” nas respostas. O começo corria bem e uma derrota parecia distante. O placar seguia sem gols, mas a torcida já comemorava nas arquibancadas, erguiam-se as faixas: é tetra!
Então, no auge da confiança, você ouve um não.

A expectativa da conquista tornou-se num sentimento de fracasso. O coro de “é campeão” entalou e calou no estádio. Sem fazer ideia de como tudo deu errado, você então se questiona: por quê? O melhor chute bateu na trave.

Respire e pense.

Não somos carregadores de areia. Somos histórias. Cada pessoa é um roteiro desenrolando. Seremos, para o outro, vilões, coadjuvantes, atores principais. Nunca, porém, seremos diretores. Jamais iremos dirigir e isso torna todo o enredo imprevisível.

Ninguém o deixou porque é menos bonito, inteligente. Apenas aquele filme não era o do momento, por fatores misteriosos. O ser humano é complexo: detestarão e amarão pelas mesmas características.

Cuida das suas lindezas, pois, mais que um caminhão, é um Universo.

Que teus personagens sejam boas estrelas a te enfeitar.


Por que o tema da redação do Enem incomodou tanto?

Dia 25 de Outubro de 2015. Redação do Enem. O tema? Poderia ser a crise econômica, o empobrecimento da população através da baixa do crescimento do PIB. Outra possibilidade era discutir a situação dos refugiados e os tópicos políticos envolvidos no assunto. Porém, o MEC decidiu que seria A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.

Todos os temas que acabei de citar são importantes. Nenhum deles é banal. Em qualquer um o aluno poderia seguir diversos caminhos para elaborar o texto. O meu assombro veio quando percebi que algumas pessoas não querem falar sobre violência contra a mulher. Por quê?

Não vou me limitar. Pode ser que não dominem o assunto (realmente as nossas escolas não nos preparam pra falar disso), porém a medida que manifestam raiva do assunto, fico assustado. Já que, na minha cabeça, só é possível odiar coisas que possuo o mínimo de conhecimento. Eu não odeio ETs de Plutão, nem o Iphone 15, ou o Android 96.5 , são objetos distantes da minha realidade.

Uma das críticas ao tema é um suposto teor de esquerda. É cômico imaginar que só pessoas de esquerda querem tratar deste tema. Minha Mãe não era de esquerda, nem de direita, nem nada. E enquanto ela apanhava do meu padrasto, quando eu tinha 7 anos, eu corri na casa dos vizinhos sem me preocupar com qual partido político eles defendiam. Eu só queria a minha mãe em segurança.

Assisti homens baterem na mulher que mais amo nessa vida e ninguém queria falar sobre o assunto. Era tabu. Eu me deprimi. As cenas eram insuportáveis. A minha escola não falou disso. Estudei a vida toda e nunca entraram nesse assunto. Minha única saída era correr e pedir ajuda.

Eu não sou de esquerda, eu não sou de direita. Eu sou gente. Façam o favor de enxergarem além de suas disputas eleitorais. As mulheres, mães ou não, já enfrentam muita agressão pra terem que esperar vocês abandonarem as brigas partidárias.

Que não seja só tema de uma redação, que seja tema de músicas, filmes, documentários, propagandas, capinha de celular.

Os seus partidos, suas ideologias, seus teóricos políticos, juntem todos eles e não valem uma mulher em segurança e livre do perigo dos socos de alguém.


Não despreze as palavras

Se você pretende um objetivo, não despreze as palavras. É mais fácil falar? Talvez. Porém tudo começa quando tocamos no assunto. Necessárias são as discussões, os debates, pois são os ensaios da ação. Como um time de futebol não joga bem sem treinar, quem deseja um futuro melhor precisa discursar.

Imagine um professor que resolve ignorar as palavras. Mesmo sendo uma aula de matemática, como explicaria aos seus alunos o conteúdo?!  Como demonstrar uma equação sem usar o termo “igual”? Os verbos, substantivos, adjetivos nos induzem ao conhecimento do mundo.

Podemos mencionar as pessoas que descumprem suas promessas. Bem lembrado. Mas estas nos geram decepção porque um dia falaram algo. Caso nunca tivessem prometido com palavras, pouco nos importaria. Não menospreze ideias expressadas pelo outro. Se estão certas ou não, apenas conversando entenderemos.  Aquilo que se fala é parte inseparável daquilo que se faz.

Sem troca de pensamentos os sentimentos ficam murchos. Por isso, os impossibilitados de emitirem sons pela boca, criam palavras com as mãos. Conhecem, intuitivamente, o belo poder humano da comunicação.

Seres humanos não podem voar, nem cuspir fogo. O que no torna mais fantásticos do que dragões, é a capacidade de dizer.

Ignorar as verbalizações de alguém é matar. Cemitérios não são silenciosos à toa. A vida abundante e forte acontece entre nossos papos. Não ignorem a poesia. Não virem as costas para os livros. Por favor, não desprezem as palavras.  Ficaremos confusos. Porque até para menosprezá-las é preciso que as usem.

falando


Quando os olhos se apaixonam

Quando os olhos se apaixonam, ficam mais unidos, procuram o mesmo alvo. Querem ver quem os fez sentirem mais vida. Passam a comandar o resto do corpo. Ordenam que as pernas se apressem, porque logo a observada chegará.

Se ela não vem, invocam a imaginação e fazem a cabeça ignorar o presente, enxergando apenas a imagem imponente da saudade.

Se ela chega, tornam-se brilhantes atores. Sobem no palco, cantam, dançam, formam o mais misterioso espetáculo da Terra. Digo misterioso, porque, por vezes, ninguém notará que os olhos estão tentando deixá-la bem.

Ao contrário das mãos, quando os olhos se apaixonam, ficam alegres sem precisar tocar a observada. Sabem eles de suas limitações. Jamais poderão abraçá-la, beijá-la, porém, orgulham-se de serem os únicos capazes de percebê-la.

Por isso, o corpo inteiro fica esperando a opinião dos olhos. Eles são quem dizem se ela corresponde, a partir de dados extremamente relevantes. Como a curvinha da testa, o ajeitar do cabelo e, talvez o mais instigante, o olhar dela.

Porque cada olho, lá no fundo, apaixona-se mesmo é por outro olho. Busca em outras retinas a inspiração de suas visões profundas.

Temos coisas demais para observar, dois olhos são insuficientes. Na faculdade, em casa, no trabalho, nós nos relacionamos com inúmeros globos oculares.
Tudo para não deixarmos a vista cansar, descansamos em vários outros olhares.

E, entre tantos, surge um que irá nos atrair. Nele está algo que queremos conhecer e talvez nem saibamos o que seja. Os olhos, esses danados, apaixonam-se e não nos explicam nada.

Sem entender muito, fugimos. Fazendo-os se irritarem, a ponto de chorarem ou recusarem-se a abrir. Fecham-se em protesto.

Mas, ah… Quando eles são correspondidos. Ficam abestados. Viram duas criancinhas contentes.

Sorriem mais bonito que os dentes.

Não reclame, caso os seus donos se juntem, a ponto de parecer que quatro olhos viraram um. Pois é assim, meu bem.

Quando os olhos se apaixonam, tomam conta da gente.


Devolva o tempo que eu perdi com você!


Mudei de trajeto, mas o vento continua usando o seu perfume…

Eu sinto falta de acreditar. Logo eu, que sempre fui crente no amor, agora estou à beira do abismo da solidão. Eu sinto falta de acreditar nas pessoas, fujo dos olhares intimidadores e dou risada quando me falam sobre sentimentos. Eu joguei as expectativas no lixo, descartei a própria sorte e se o caso for de merecimento, eu preciso ser internada por me auto julgar incapaz disso. Eu sinto falta de alguém que eu nunca tive, de um abraço apertado e uma palavra sincera. Eu sinto falta de atitudes convincentes, de um relacionamento verdadeiro. Eu sinto falta de acreditar depois de tudo o que passei e, talvez, eu nunca mais confie em ninguém.

É dolorido assumir que o amor para mim, tornou-se um inimigo. Eu ando fugindo de tudo o que acelera o meu coração, atiça as minhas borboletas no estômago e arrepiam a minha pele. Logo eu, que sempre fui coberta de razões, agora sigo desconfiada. Reparo, desesperadamente, por todos os lados e busco por alguma coisa que nem sei ao menos do que se trata. Eu caminho perdida, sem rumo. Estou deixando a vida me levar, mas eu nunca fui assim. Eu, sempre organizada e preocupada, fazia planos a longo prazo por medo das coisas não darem certo. Eu acreditava que seguir um cronograma era melhor do que contar com o universo conspirar a favor das minhas preces. Eu era uma pessoa firme, forte e segura. Além de tudo, eu era teimosa. Acreditava somente em fatos e, de restante, eu ignorava sem nenhum tipo de piedade.

Eu nunca tive medo de perder, sabia do meu valor. Insistia, persistia e corria atrás dos meus sonhos e objetivos. Eu não fazia com os outros, o que eu não gostaria que fizessem comigo. Sempre ansiosa, mas com os pés no chão. Embora sensata, eu sempre fui de humanas. Exatas nunca foi um ponto forte, a minha única compreensão era que eu e você somos par. Depois de descobrir que esse cálculo deveria ser subtraído e não somado, eu abri mão da matemática e comecei a investir em imparcialidades.

Antes de você, eu dormia e acordava com o peito cheio de esperança. Assistia filmes de romance, constantemente buscava conforto em livros, dedicava músicas para alguém. Eu surpreendia com mensagens, recados e cartas de amor. Eu gostava de dar presentes e lembranças, mesmo em ocasiões nada especiais. Eu era animada, daquelas que as pessoas fazem muita questão de estar junto. Eu era, modéstia à parte, uma ótima ouvinte e conselheira. Era brincalhona, mas sabia o momento exato de falar sério. Eu era uma pessoa equilibrada, intensa e querida por todos. Eu gostava de me arrumar, dançar e sair. Eu chamava atenção de longe, eu conquistava sorrisos involuntariamente. Vez ou outra, alguém chegava para me beijar, achando que eu fosse qualquer uma dessas que se pega facilmente. Também já desejaram o meu corpo na mesma noite em que me conheceram. Fazer amor é um dos meus fortes, mas a falta dele me enfraquece por completa.

Depois de você, tudo mudou. Eu caminho solteira, mas nunca sozinha. Não dou moral para cantadas baratas, xavecos furados ou ideias clichês. O óbvio não me convence mais, jogos me perdem na primeira casa, não chegaremos à lugar algum, muito menos ao quarto. Eu não tenho paciência para quem muito fala e pouco faz. Eu aprendi a escutar mais, que o silêncio também é resposta e, que muitas coisas, não valem o desgaste. Eu constatei que a fé move montanhas. Que quem não cuida, não merece ter. Que a reciprocidade é a chave mestre do sucesso em qualquer tipo de relação. Depois de você, nada permaneceu igual. Eu amadureci rapidamente, quando eu menos esperava. Tive que crescer e evoluir os meus pensamentos, para não entrar nas suas paranoias. Eu caí da árvore mais alta e, ao contrário de apodrecer, para o seu azar, eu me fortaleci. Me reergui do mesmo chão que você me deixou, largada na sarjeta, em pedaços. Éramos tudo, agora sou metade. Aprendi que é mais saudável cultivar amor próprio do que oferecê-lo a quem pouco se importa.